Já o pagamento de uma gratificação a uma funcionária da Prefeitura de Presidente Prudente tem sido alvo de denúncias. A servidora é uma médica e filha do prefeito Ed Thomas (PSB). O caso é investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE). A informação está disponível no Portal da Transparência do município. Em uma pesquisa rápida sobre os salários pagos a funcionários públicos em dezembro do ano passado, dá para ver que Dayara Larissa Barbalho Tomazini, médica clínica geral, recebeu o valor bruto de R$ 5.675.
Em janeiro deste ano, o salário pago para a médica foi quase o dobro. Ela recebeu R$ 10.114. A diferença, de R$ 4.439, tem ligação a um item descrito no detalhamento do salário, no próprio portal. A médica passou a receber a “Complementação Qualis”, no valor de R$ 4.428.
DayaraTomazini é filha do prefeito de Presidente Prudente, Ed Thomas. Ela foi nomeada em dezembro de 2018 como servidora efetiva, no cargo de médica clínica geral e vinha atuando em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), no Centro. Mas em janeiro deste ano, primeiro mês de Ed Thomas à frente da administração municipal, ela passou a receber essa “complementação salarial” que não é paga a funcionários de UBSs.
A complementação “Qualis” é na verdade uma gratificação criada em 2001 para complementar o salário de profissionais que atuam no programa Saúde da Família, o atual Estratégia Saúde da Família (ESF), e só deve ser paga enquanto os profissionais estiverem atuando em uma ESF. Mas ao longo dos anos, a concessão da “Qualis” foi sofrendo alterações e, atualmente, se tornou alvo de denúncias de favorecimento e uso político.
Um funcionário público, que atua na área da saúde e não quis ser identificado por medo de represálias, explicou que é o secretário de Saúde quem determina quem vai receber o benefício ou não. Segundo o funcionário desde 2014 a "Qualis" passou a ser concedida apenas para aumentar o salário de determinadas pessoas ligadas à administração.
O funcionário revelou que existem vários casos de pessoas que recebem a “Qualis” e que não atuam em ESF. Ele também contou que o caso da médica Dayara Tomazini despertou o inconformismo entre profissionais das ESFs, já que eles mesmos vêm tendo os pedidos pra receber a gratificação negados.
O Ministério Público apontou que já tinha aberto no ano passado um inquérito pra investigar possíveis irregularidades no pagamento da gratificação “Qualis”. A promotoria confirmou que recebeu denúncia sobre o pagamento da “Qualis” para a doutora Dayara Tomazini e que o caso dela vai ser analisado junto a esse inquérito.
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