Ocupação da antiga sede do MinC no Rio, em protesto pela extinção da pasta em 2016 Facebook / Ocupa MinC RJ
Com o pedido de demissão do ministro interino da Cultura, João Batista de Andrade (PPS), nesta sexta-feira (16), a pasta se torna a recordista de trocas na gestão Temer e se encaminha para o quarto ministro. Outro ministério que teve mais de uma substituição foi o da Justiça, atualmente no terceiro ministro titular, tirando interinos por poucos dias, desde que Michel Temer assumiu, em 12 de maio de 2016.
Outras pastas que trocaram de comando foram: Planejamento, Turismo, Secretaria de Governo, Transparência, Relações Exteriores e Advocacia-Geral da União.
As trocas no Minc (Ministério da Cultura) começaram com o pedido de demissão do ministro tucano Marcelo Calero, em novembro, seis meses após assumir a pasta.
Um dia após o pedido de demissão, Calero acusou o seu colega, ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, de tê-lo pressionado para que o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão subordinado à Cultura, aprovasse a construção de um prédio nos arredores de uma área tombada em Salvador, onde Geddel tinha um apartamento.
As acusações de Calero causaram a saída de Geddel do governo.
A pasta da Cultura foi então assumida pelo PPS, com Roberto Freire como titular. Seis meses depois, no entanto, as delações da JBS fizeram com que o ministro deixasse o governo logo que o presidente Michel Temer se pronunciou sobre as acusações, em 18 de maio. Freire deixou a pasta no mesmo dia em que seu partido rompeu oficialmente com Temer, alegando ser a favor da renúncia e da realização de Eleições Diretas. Apesar do posicionamento, o PPS mantém um ministério na Esplanada, o da Defesa, com Raul Jungmann.
O MinC foi então assumido interinamente pelo secretário-executivo, também do PPS, João Batista de Andrade. Um mês após assumir, o ministro apresentou a carta de demissão, se tornando o primeiro ministro ainda interino a pedir demissão. Um novo ministro ainda não foi definido, mas a pasta não deve permanecer com o PPS.
O Ministério da Cultura já nasceu no governo Temer em meio a polêmicas. Assim que Temer assumiu interinamente, em maio do ano passado, enxugou o número de ministérios e extinguiu o da Cultura, passando as atribuições da pasta para a Educação. A extinção, no entanto, causou revolta entre artistas. O presidente resolveu então recriar a pasta nomeando Calero, até então secretário nacional da Cultura.
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