BRASÍLIA - (Atualizada às 14h51) O governo central – que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central (BC) – registrou déficit primário de R$ 29,371 bilhões em maio, o pior para o mês desde o início da série, em 1997. Em maio de 2016, o rombo nas contas somou R$ 15,478 bilhões. O resultado veio bem pior que a média das estimativas de economistas consultados pelo Valor Data, de R$ 19 bilhões. Também veio pior que a mais pessimista das estimativas, de R$ 27,7 bilhões.
O buraco nas contas públicas no quinto mês deste ano foi influenciado pelo pagamento antecipado de precatórios, disse a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi. No mês passado, houve o impacto da antecipação foi de R$ 10 bilhões. Segundo ela, a antecipação vai gerar uma economia de R$ 97 milhões para o Tesouro por mês e, por isso, essa decisão foi tomada. Com isso, a economia no ano vai variar entre R$ 600 e R$ 700 milhões.
“Este pagamento ocorria nos meses de novembro e dezembro, decidimos antecipar porque rende economia ao Tesouro”, explicou a secretária. Segundo ela, desde 2013, eram pagas duas parcelas anuais. “A decisão foi motivada por economicidade, recursos são atualizados monetariamente mês a mês”, contou. “Não é uma despesa adicional é um reordenamento do ano das despesas”, afirmou.
De janeiro a maio, o déficit primário acumulado foi de R$ 34,984 bilhões. Em 12, meses o resultado fiscal somou R$ 165,522 bilhões, o que corresponde a 2,59% do Produto Interno Bruto (PIB) – dado calculado com base no IPCA de maio. Assim como no mês, os resultados acumulados no ano e em 12 meses são os piores da série.
Segundo números do Tesouro Nacional divulgados nesta quinta-feira, o resultado de maio é reflexo de um déficit primário do Tesouro Nacional de R$ 11,230 bilhões, déficit da Previdência Social de R$ 18,025 bilhões e resultado negativo do BC de R$ 117 milhões.
Em junho, o resultado também será afetado pelos pagamentos de sentenças judiciais e precatórios. O valor programado para junho é de R$ 8,9 bilhões.
A meta de déficit primário do governo central para este ano é de R$ 139 bilhões.
Receitas
Nos primeiros cinco meses do ano, a receita líquida total do governo central registrou queda real de 3,3% em relação a igual intervalo de 2016, somando R$ 461,416 bilhões. Entre janeiro e maio de 2016, a arrecadação foi de R$ 456,283 bilhões.
As despesas totais caíram 1,1% em termos reais no acumulado dos cinco primeiros meses de 2017. Entre janeiro e maio, o total foi de R$ 496,399 bilhões, contra R$ 479,999 bilhões um ano antes.
Considerando apenas maio, a receita líquida total do governo central se situou em R$ 77,761 bilhões, queda real de 1,6% na comparação com os R$ 76,289 bilhões de mesmo período do calendário passado.
Investimentos
Os investimentos do governo federal tiveram de janeiro a maio queda de 48,4%, já considerando-se o efeito da inflação, totalizando R$ 12,263 bilhões.
Somente em maio, os investimentos cresceram 29,6%, totalizando R$ 4,1 bilhões, em valores atualizados pelo IPCA.
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